10 de fevereiro de 2015

O nome do Vento, de Patrick Rothfuss.


Antes de mais nada, deixe-me esclarecer uma coisa: essa foi, sem dúvida, a resenha mais difícil de escrever! É realmente complicado falar sobre o seu livro favorito. Quero dizer, você sempre acha que não está bom o suficiente, que não está passando a real ideia do livro. E o mais importante: não está passando como o livro é maravilhoso em cada página. Mas, superado esse conflito número um, acontece-me o conflito número dois: como vou mostrar aos meus leitores que Kvothe é o protagonista mais incrível dos últimos tempos? Pois é, como disse, a mais difícil!

Mas vamos deixar de enrolação e vamos ao que interessa. Sejam mais que bem vindos ao incrível mundo de O Nome do Vento.


"Meu nome é Kvothe, com pronúncia semelhante à de "Kuouth". Os nomes são importantes, porque dizem muito sobre as pessoas. Já tive mais nomes do que alguém tem o direito de possuir (...) Fui chamado de Kvothe, o Sem-Sangue; Kvothe, o Arcano; e Kvothe, o Matador do Rei. Mereci esses nomes. Comprei e paguei por eles."

O Nome do Vento apresenta uma narração distinta da maioria dos livros. Não começa-se com nosso protagonista contando sobre sua vida. Não! Começa-se com o nosso bom Kvothe, disfarçado de Kote, o dono de uma taberna em uma remota cidadezinha. E tudo corre normal e pacato, até que sinistras criaturas começam a aparecer por lá. Certa noite, Kvothe (ou Kote, ainda que estamos no início do livro) encontra e ajuda um homem antes que ele morra, leva-o pra sua taberna e finalmente descobre quem é o sujeito: O Cronista. Nesse ponto, você deve apenas saber que O Cronista é bem mais que um título, ele é o escriba mais famosos de toda a região, e seu nome é completamente dispensável. 

Pois bem, imagine a surpresa de nosso escritor ao se deparar com O Grande Kvothe, porque deixe-me dizer uma coisa: Kvothe é uma lenda de seu próprio tempo. Mas ninguém sabe disso, claro, porque agora ele é somente Kote. De qualquer forma, após muita insistência, ele concorda em contar toda sua história na íntegra para O Cronista. Sem todo o enfeitamento das histórias populares, apenas a sua vida e de como ele construiu e pagou por sua reputação. Para isso, Kvothe pede 3 dias. Três dias pra narrar tudo, desde o princípio, e nosso autor concorda em escrever.

"Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com a minha sanidade e a minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temem falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar. Vocês devem ter ouvido falar de mim."

O primeiro livro, O Nome do Vento, é referente ao primeiro dia da narração. Kvothe conta sobre o fim trágico que levou toda sua família, o que nos apresenta o temível grupo lendário: o Chandriano. O Chandriano é em parte o foco da narração e o motivo que levará Kvothe à Universidade posteriormente. Após se tornar órfão, ele leva sua vida para Tarbean, onde passa a mendigar para viver e a descobrir como se virar sozinho e com pouquíssimo dinheiro. Depois de três anos, o cenário muda.




Kvothe finalmente chega na Universidade e é aí que o livro fica mais interessante ainda. Não vou me alongar no que acontece, essa é uma parte que merece ser lida totalmente sem saber o que acontecerá. Sua busca pelo Chandriano o leva para uma cidade chamada Trebon, onde sua vida cruza novamente com a de Denna, a única que consegue roubar seu coração. Deixe-me dizer que o melhor da Universidade são as pessoas que Kvothe conhece, com a clara exceção de Ambrose, um patife ordinário que fará de tudo pra tornar a vida do nosso protagonista um inferno.
A narração desse livro é composta por alguns interlúdios, uma ponte entre as lembranças de Kvothe e o presente, o que nos dá um panorama geral do que está acontecendo e dos personagens atuais. 

Guardei esse parágrafo especialmente para falar sobre Patrick Rothfuss, nosso admirável autor. Não tenho palavras pra descrever a enormidade do amor que cultivo pelos personagens que ele criou. Tudo gira em torno de uma estória brilhante e de um mundo incrivelmente fantástico. Sempre esperei que esses livros estourassem de sucesso aqui no Brasil, o que nunca veio a ocorrer e é uma verdadeira pena.



Enfim, espero não tê-los cansado com essa discrição e que Kvothe encante vocês da mesma forma que me encantou. 
Título: O Nome do Vento.
Título Original: The Name of Wind.
Autor: Patrick Rothfuss.
Editora: Arqueiro.
Páginas: 656.
Avaliação: 5/5.









Um comentário:

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