23 de outubro de 2015

O TOM AUSENTE DE AZUL, DE JENNIE ERDAL


Edgar Logan, um tradutor francês, viaja até Edimburgo com o intuito de traduzir textos do célebre filósofo David Hume. Eventualmente, conhece Harry Sanderson em uma palestra — professor e estudioso que perdeu o grande interesse pela filosofia —, o qual, a partir dali, transforma a pacata e solitária vida que Eddie pretendia levar na Escócia. Devido ao laço rapidamente criado entre eles, Harry não demora muito a convidá-lo para jantar em sua casa, onde o protagonista conhece Carrie, a esposa do amigo.

Eddie é inserido na vida e nos conflitos de Harry de forma completa, está sempre por dentro de tudo o que acontece, torna-se íntimo da família. É observador, alguém que escuta mais do que fala, principalmente quando se trata de Harry; e isto o faz desejar descobrir cada vez mais sobre os segredos, o passado e o presente da vida dos Sanderson. Além disso, acaba atraindo-se cada vez mais por Carrie, uma mulher admirável a seus olhos.


Não é uma narrativa simples, com fácil compreensão. Acredito que seja um daqueles livros cheios de interpretações quanto às reflexões que traz, devido a todos os seus diálogos filosóficos. Os personagens são totalmente reais e poderiam facilmente ser inseridos em nossa realidade — são vividos, marcados, imperfeitos, e até mesmo tristes ou solitários. Têm suas razões por pensarem da forma que pensam, suas histórias individuais que os fazem ser quem são, e nós os conhecemos muito bem graças ao modo como a autora apresentou-os a nós. As primeiras páginas, porém, não me deixaram tão interessada quanto esperava, no entanto, isto mudou depois.

Uma aventura filosófica, como diz o título, que nos leva a fundo, fazendo referências a pensadores tão renomados e geniais, como Freud, Sócrates, Tolstói, Sartre e Piaget, sem esquecer, claro, de David Hume — o inspirador de toda a história. Não refletimos somente sobre a vida de cada um dos personagens, pois acabamos trazendo tais pensamentos para a nossa também, uma vez que somos humanos e sujeitos às marcas boas ou ruins durante nossa trajetória, assim como eles. Recomendo, principalmente, para quem gosta de filosofia; contudo, vale a pena da mesma forma para quem quiser refletir e conhecer uma realidade próxima a nossa.

Título:O tom ausente de azul
Autora: Jennie Erdal
Editora: Bertrand Brasil (2015)
Páginas: 378

3 comentários:

  1. Oi,

    Não é o gênero que eu leio sempre, mas parece ser uma leitura bastante interessante.
    Adorei a resenha.

    Beijos!

    Cintia
    http://theniceage.blogspot.com.br/

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