21 de outubro de 2015

O LEITOR DO TREM DAS 6H27, DE JEAN-PAUL DIDIERLAURENT



Chega a ser engraçado ler um livro que fale sobre livros. A metalinguagem é típica desse estilo de livros que falam tanto com sua singularidade. E não foi diferente com "O Leitor do trem das 6h27", lançamento do mês da Editora Intrínseca.

Minha surpresa maior com o livro escrito por Jean-Paul foi o tamanho. Sendo um menores livros já lidos, somos levados a conhecer uma história encantadora sobre o poder dos livros e da literatura. 




Guylain Vignolles é uma daquelas pessoas que todos devem conhecer. Operador de uma máquina que destrói livros, solitário e com uma vida amena, ele decide "roubar" algumas páginas da máquina e decide ler, dia após dia e sem nenhuma ordem ou nexo, no trem das 6h27. Sem ganhar nenhum tipo de renumeração além dos curiosos olhos que o observam, ele não imagina no poder que essas palavras ganham e como podem transformar sua vida.

"É nas cicatrizes dos gueules cassés, os militares sobreviventes da Primeira Guerra Mundial com sequelas de combate, sobretudo deformaçôes no rosto, que é possível ler as guerras, Julie, não nas fotos dos generais em seus uniformes engomados e recém-passados".

É inevitável não se fisgar na narrativa de quase 200 curtas páginas de Didierlaurent. Ele tem um poder de construir uma história tão simples, sem enfeites ou técnicas, mas encantadora. Os personagens nos mostram tanto com suas breves aparições que logo o leitor já sente falta. A evolução da história é tão impensável e surpreendente que acabamos o livro com um sorriso no rosto de alegria, como se tudo tivesse sido real.


Singelo. Essa seria uma palavra pra definir O Leitor do trem das 6h27. Quanto menos você souber da narrativa, melhor. A leitura guarda surpresas, risadas, olhares estranhos e personagens tão cômicos que você não vai esquecer nem tão cedo e com certeza, será um daqueles livos que você vai voltar pra reler e se encantar como se tivesse lendo pela primeira vez.

Título: O Leitor das 6h27.
Autor: Jean-Paul Didierlaurent.
Editora: Intrínseca (2015).
Páginas: 176.

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